Campo
Eletromagnético: Radiações e Convecções
Werner Heisenberg (2009:39) designou a
radiação como “o campo de força eletromagnético, como uma forma particular da
matéria; pois a matéria pode se transformar em radiação e radiação em matéria”.
Os físicos começaram a investigar a estrutura dos átomos, mas se o elétron era
tão leve, o componente positivo deveria ser bem pesado, assim a carga positiva
ocupava a maior parte do volume do átomo.
A luz, descrita em termos de
campo elétrons e magnéticos, ondulando através do espaço: os elétrons são ondas
– “De Broglie imaginou o elétron como sendo uma onda estacionária ao redor do
núcleo atômico” (Gleiser, 2006: 290). Shrödinger propôs uma equação conhecida
como ‘função de onda’, expressão matemática que descrevia a onda associada ao
próprio elétron.
Niels Bohr, ao descrever o
elétron em suas órbitas, quando está numa órbita mais elevada, o elétron libera
energia ao mover-se para uma órbita mais baixa, mais próxima do núcleo. A
saltar para uma órbita mais elevada, o elétron tinha de absorver um fóton (com
energia igual à diferença de energia entre as duas órbitas). Os fótons são
radiação eletromagnética. Os átomos excitados emitem radiação eletromagnética
(em estado estacionário) ou absorvem (em estados excitados).
Trata-se de compreender o elétron
como onda eletromagnética e, portanto, os fótons radiação. Para compreender o espectro eletromagnético é
necessário descrever as radiações de ondas curtas (ROC) e longas (ROL).
A radiação solar (luz e calor) é
a principal fonte de energia e a base da vida, vegetal e animal, na superfície
terrestre, mas 30% é refletida imediatamente para o espaço, pelas nuvens,
atmosfera e superfície. Araujo e Magnoli (2004) definem, pois, as ondas curtas
– as de radiação solar: no espectro eletromagnético abrange a luz visível, o
ultravioleta, os raios X e gama. O restante absorvido é dissipado sob a forma
de ondas longas: abrange o infravermelho, as micro-ondas e as ondas de rádio e
televisão.
O albedo planetário – percentual
de ROC incidente no planeta que é refletida de volta para espaço exterior [...]
– é resultado da variação e da cobertura e do tipo de nuvens, aerossóis e
partículas suspensas no ar: a estabilidade do clima da Terra resulta do balanço
entre o fluxo de ROC absorvido pelo planeta e o fluxo de ROL emitido para o
espaço (Eli, 2008). O fluxo de ROL é absorvido pelo planeta por gases
constituintes do efeito estufa, sem esse ‘efeito’, a temperatura média do
planeta seria 18°C abaixo de zero e não 15°C aproximadamente, por isso que, com
as tempestades as temperaturas abaixam e dissipam as nuvens, numa ilha de calor
as convecções curto-circuitam o efeito estufa.
Se compreendêssemos uma
precipitação, com cargas opostas numa nuvem, o cimo com carga positiva e a base
com cargas negativas, onde a precipitação começa e é mais intensa. As radiações
de ondas (elétrons e fótons) longas atingem a parte inferior das nuvens, que
ascendem da superfície. Mas por que, na parte superior das nuvens, as ondas
curtas solares em relação à carga negativa do cimo são capazes de barrar ou
refletir essas radiações para o espaço, se possuem cargas elétricas diferentes?
Cargas iguais se repelem, as da base e as das radiações de ondas longas?
Referência
Bibliográfica:
ARAUJO, Regina e MAGNOLI, Demétrio. Projeto de Ensino de Geografia. São Paulo: Moderna, 2004.
VEIGA, José Eli de (org.). Aquecimento Global: Frias Contendas
Científicas. São Paulo: Senac, 2008.
GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006.
HEISENBERG, Werner. A
Ordenação da Realidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.