Relâmpagos e Tempestades: os Campos Eletromagnético e Gravitacional
Pretende-se analisar os relâmpagos
e as tempestades através das convecções e das condensações, a partir de dois
campos físicos, o eletromagnético e o gravitacional. Trata-se de uma análise destes
campos de forças, em primeiro lugar, a força da gravidade é definida como ação
exercida sobre determinado objeto de modo a mudar sua quantidade de
movimento. Em segundo lugar, as linhas
de força estendem-se pelo espaço e podem descrever os efeitos de ‘ação à
distância’, por isso, são dotadas de direção: a presença de uma carga perturba
o espaço a sua volta de tal modo que outra carga posta, e sua vizinhança, sente
o efeito de uma força elétrica.
Campo Gravitacional
A superfície terrestre é uma
fonte de calor, exceto próximo aos polos. Para que a superfície da Terra não se
aqueça e a atmosfera não se resfria é transferida energia excedente da
superfície da Terra para a atmosfera a fim de que o déficit desta seja reposto
– troca vertical de energia: [1]
evaporação da água da superfície terrestre e condensação do vapor na atmosfera
para liberar o calor latente; [2]
condição de calor sensível da superfície terrestre para a atmosfera; [3] convecção – difusão turbulenta de
calor da superfície terrestre na atmosfera (Ayoade, 2010).
Tendo
atingido o nível de condensação, a nuvem formada é constituída de gotículas de
água que pelas suas pequenas dimensões [...] permanecem em suspensão na
atmosfera. Cada gotícula fica sujeita à Força Gravitacional ao empuxo e à ação
das correntes ascendentes de ar. Enquanto predominam as forças ascendentes
sobre a força gravitacional, as gotículas se elevam na atmosfera. Quando a
componente gravitacional predomina, as gotículas descendem na atmosfera, dando
origem à precipitação. A predominância da gravidade ocorre quando as gotículas
crescem até uma dimensão suficiente para sobrepujar as correntes ascendentes
(Tubelis apud Machado, 1984:198-9).
A relação entre o vapor d’água e
a força gravitacional está ligada à pressão e ao peso das gotículas de água
entre forças ascendentes e descendentes. A pressão atmosférica é a medida da
força exercida pelo peso do ar contra uma área. Quanto maior a temperatura mais
as moléculas se distanciam, menor se torna o seu peso. Quanto menor a
temperatura, mais as moléculas se aproximam, então, maior o peso. Baixa e alta
pressão, respectivamente. Para haver condensação, portanto, o peso é a força
com que um corpo é atraído gravitacionalmente. A gravitação é atrativa, mas a
força elétrica pode ser ou atrativa ou repulsiva – cargas elétricas com o mesmo
sinal se repelem, cargas elétricas com sinais opostos se atraem: “o fato de que
forças elétricas e gravitacionais tenham tantas propriedades semelhantes revela
uma profunda simplicidade no modo a Natureza opera” (Gleiser, 2006: 222).
Campo Eletromagnético
A interação eletromagnética
(força eletromagnética) ocorre quando corpos possuidores de cargas elétricas
e/ou corpos magnetizados interagem. Os elétrons têm carga negativa enquanto que
os prótons têm cargas positivas. Desta forma, quando dois ou mais prótons,
elétrons ou uma mistura destas partículas são colocados próximos, sempre ocorre
um processo de interação eletromagnética. A interação elétrica não ocorre
apenas entre elétrons e prótons, mas também entre dois ou mais corpos quaisquer
que possuam carga elétrica. Corpos possuidores do mesmo tipo de carga elétrica
se repeliam, enquanto que cargas diferentes se atrairiam. Há somente um tipo de
massa que existem dois tipos de carga elétrica – positiva e negativa – que se
comportam de maneiras opostas:
E,
de repente, a tempestade. Sua casa está sob o ataque de uma poderosa tempestade
elétrica. Relâmpagos explodem a sua volta, pintando, por segundos apenas, as
paredes de seu quarto de um pálido tom de azul. Trovões ensurdecedores sacodem
sua cama [...] e seus nervos. [...] A eletricidade, claro, acaba. Em meio à
escuridão, uma explosão de luz e som, seguida de um barulho de madeira
quebrando, sacode seus ossos (Gleiser, 2006: 219).
Define-se um
relâmpago como a manifestação luminosa que acompanha uma descarga brusca de
eletricidade atmosférica. As gotas de chuva são desintegradas. As gotinhas
menores são levadas para o cimo da nuvem enquanto as maiores permanecem nos
níveis inferiores. Processos de separação conduzem à separação de
cargas elétricas. Quando a separação do ar se desfaz, o resultado é um
relâmpago, por vezes inteiramente dentro da nuvem e, outras vezes, dirigido da
nuvem à terra” Observa-se que os polos
magnéticos iguais se repelem enquanto polos magnéticos diferentes se atraem;
pressões elétricas numa condensação – processo pelo qual o vapor d’água contido
no ar atmosférico – transformado em água líquido. Cargas elétricas se repelem
entre as positivas no cimo das nuvens e as negativas em sua base: a origem de
qualquer campo magnético é atribuída, as cargas elétricas em movimento. Portanto,
o cimo de uma nuvem de trovoada acumula cargas positivas e a sua base contém
cargas negativas.
As relações
entre os campos de forças (eletromagnético e gravitacional) se apresenta sob as
condições turbulentas nas nuvens e da seguinte maneira: no cimo a carga
elétrica é positiva, as gotículas são menores e as condições de pressão são
baixas e maior será a temperatura; na base da nuvem a carga elétrica é
negativa, as gotículas são maiores e as condições de pressão são altas e menor
será a temperatura.
Referências Bibliográficas:
AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os Trópicos.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2006.
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